A China pode estar enfrentando desafios na notificação precisa do número total de casos de Covid-19 à medida que experimenta um significativo aumento nas infecções, afirmou um alto funcionário da Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quarta-feira (21). Preocupações têm surgido em relação à falta de dados confiáveis do país.
Os dados oficiais sobre a Covid-19 na China tornaram-se um indicador pouco confiável, já que menos testes estão sendo realizados em todo o país, seguindo a recente flexibilização da política rigorosa de “Covid zero”. Mike Ryan, diretor de emergências da OMS, observou que, embora os números oficiais indiquem um baixo número de casos em unidades de terapia intensiva (UTIs), suas observações pessoais sugerem que as UTIs estão ficando lotadas. Ele ressaltou que não está declarando que a China não está relatando ativamente a situação, mas acredita que o país está atrasado no processo de atualização.
Nesta quarta-feira, dezenas de carros fúnebres formaram fila do lado de fora de um crematório em Pequim, mesmo sem a China relatar novas mortes por Covid-19 em seu surto crescente, o que gerou críticas sobre sua contagem de casos. A OMS expressou sua disposição em colaborar com a China para aprimorar a coleta de dados, especialmente em áreas críticas como hospitalizações e óbitos.
Mike Ryan destacou um aumento nas taxas de vacinação na China nas últimas semanas, embora não esteja claro se será possível vacinar o suficiente para evitar o impacto da variante Ômicron. A OMS encorajou a importação de vacinas e ressaltou a importância de expandir a produção em diversos locais. Embora a China tenha nove vacinas contra a Covid-19 aprovadas, mais do que qualquer outro país, estas ainda não foram atualizadas para enfrentar a variante Ômicron. A Alemanha enviou o primeiro lote de vacinas da BioNTech à China, marcando a primeira entrega de uma vacina estrangeira contra o coronavírus ao país.
