Uma vacina experimental desenvolvida pela parceria entre a Moderna e a MSD Brasil para tratar o melanoma, o câncer de pele mais agressivo, apresentou resultados promissores e avançará para a fase 3 de estudos em 2023. Esta terapia inovadora combina a tecnologia de RNA mensageiro (mRNA), similar à utilizada nas vacinas contra a Covid-19, com medicamentos de imunoterapia para combater a recidiva da doença em pacientes.
A diretora médica da MSD Brasil, Marcia Abadi, ressaltou que o melanoma é o tipo de câncer mais letal e frequente de pele no mundo. Em uma entrevista à CNN Rádio, ela explicou o funcionamento da vacina “personalizada”, destacando sua inovação ao utilizar as mutações específicas do câncer do próprio paciente para criar os antígenos, utilizando a tecnologia de RNA mensageiro. Esses antígenos são, então, injetados no mesmo paciente. A combinação com a imunoterapia aumenta a probabilidade de o sistema imunológico atacar as células cancerígenas.
Marcia Abadi esclareceu que o tratamento não se destina à prevenção da doença, mas sim à prevenção da recidiva em pacientes já diagnosticados com câncer. O estudo está em andamento há seis anos, caminhando em direção à personalização para cada tipo de câncer em larga escala. A fase 3 dos estudos, que amplia o número de voluntários para testar eficácia e segurança, está programada para iniciar em 2023, com uma expectativa de duração de 1 a 2 anos para obter resultados.
Ao mesmo tempo em que enfatizou a promissora abordagem terapêutica, a diretora médica alertou que o melanoma é um tipo de câncer evitável e prevenível, incentivando o uso de filtro solar e a evitar a exposição excessiva ao sol.